O presidente Michel Temer recebeu neste domingo (24) ministros e aliados no Palácio do Jaburu. A assessoria da Presidência não informou a pauta do encontro, que ocorreu às vésperas do início da tramitação, na Câmara dos Deputados, da segunda denúncia contra o presidente apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Os ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), os dois últimos denunciados pela PGR junto com Temer, participaram da reunião.
Também estiveram no Jaburu o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o vice-líder do governo, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).
A reunião também ocorreu um dia depois do aniversário de Temer, que completou 77 anos no sábado (23).
O presidente comemorou o aniversário em família em dois atos, um em São Paulo e outro em Brasília. Na capital paulista, esteve com filhas e netos. Ele retornou a Brasília à tarde e ou o restante do dia com a primeira-dama, Marcela, e o filho caçula, Michelzinho. Parlamentares e amigos telefonaram o longo do dia para dar os parabéns.
Temer também deve aproveitar a reunião deste domingo para discutir a pauta da semana no Congresso.
Segunda denúncia
O ex-procurador-geral Rodrigo Janot acusou Temer de liderar um grupo de integrantes do PMDB que cometeu uma série crimes em órgãos públicos. O presidente foi denunciado por obstrução de Justiça e organização criminosa.
Para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a acusação feita por Janot é necessário o aval da Câmara. Na primeira denúncia, a maioria dos deputados decidiu que o caso ficará parado até o final do mandato de Temer, em 31 de dezembro de 2018.
Nos bastidores, conforme relatos ouvidos pelo G1 de auxiliares de Temer, o Palácio do Planalto demonstra confiança em uma nova vitória. O estafe do presidente considera factível congelar a denúncia no plenário em meados de outubro. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já estimou que é possível votar o caso no próximo mês.
No cronograma ideal do Planalto, a votação da denúncia em plenário ocorreria entre os dias 10 e 11 de outubro, véspera do feriado do dia 12, liberando as articulações para a reforma da Previdência. Aliados, contudo, consideram o prazo apertado e projetam a votação para depois do feriado de Nossa Senhora Aparecida.
Tramitação
A expectativa do governo é de que a denúncia seja lida no plenário da Câmara nesta segunda (25). Concluída a leitura, Temer será notificado e terá até 10 sessões de plenário para apresentar a defesa na CCJ.
O discurso corrente no Planalto diz que Temer não usará todo o prazo, com a possibilidade de entregar a defesa até o final da semana. O governo monitora a escolha do relator do caso, que será feita pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Aliados de Temer projetam um nome da base do governo para a função.
Depois de negociar um intenso troca-troca de deputados na CCJ na primeira denúncia, o governo acredita que aprovará sem dificuldades outro parecer contrário à acusação da PGR na comissão. Na oportunidade anterior, o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) foi aprovado 41 votos a 24 na CCJ. A ideia é, ao menos, repetir o placar no colegiado.
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